Contagem tem transbordado singularidade com a criatividade das crianças e jovens que estão sob os cuidados da Rede de Atenção Psicossocial (Raps) e fazem parte do projeto “Meu Rolê”. Voltado para o cuidado, proteção e atenção integral, por meio não só da arte e cultura, mas também pela circulação na cidade e protagonismo dos usuários, a iniciativa é um movimento de expressão e fortalecimento de vínculos.
Transformando paredes e tapume num espaço de fala por meio da arte urbana, os jovens têm circulado pelo município humanizando os lugares e colorindo o dia a dia de quem passa por eles. O “Meu Rolê, que começou em 2021 em duas regiões do município, foi se expandido e, hoje, está nos oito territórios da cidade.
G.C.S, que participa da iniciativa, define o projeto como alegria. “O “Meu Rolê” é um aconchego tão grande, que a gente fica confortável. É muito bom, a gente distrai e consegue expressar as emoções”, destacou.
Além do grafite, o projeto propõe atividades de pertencimento dos espaços públicos, expressões corporais, artes plásticas e visuais, exposição das telas pintadas pelos integrantes, apresentações, atividades lúdicas como sessão de cinema, passeio em museus e brincadeiras em parques de diversões, sempre trabalhando a inserção e cidadania. “É arte, cultura e alegria. Com “Meu Rolê” consigo me divertir e evoluir no grafite”, contou Y.L.P, integrante da região Sede.
Os “rolezeiros”, como carinhosamente são chamados, têm revolucionado o fortalecimento das políticas públicas para a proteção e o cuidado na infância e adolescência na cidade. Fotos: Sallum / Fábio Silva / Ronnie Von
Como fazer parte do “Meu Rolê”?
A porta de entrada é a Unidade Básica de Saúde (UBS) de referência, que faz uma avaliação do caso e realiza os encaminhamentos necessários. O projeto é voltado para crianças e adolescentes, de seis a 18 anos, prevendo um distanciamento da maneira como a sociedade pauta as questões de sofrimento mental ou sofrimento mental decorrente do uso de álcool e outras drogas nessa faixa etária, com a diretriz de ir na contramão da patologização e medicalização da infância e adolescência.